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Palácio da Cultura Nenê Macaggi (1993) – Centro Cultural e Literário de Roraima – Localizado na Praça do Centro Cívico Joaquim Nabuco Boa Vista, Roraima.
Localizado no coração político e administrativo da capital, o Palácio da Cultura Nenê Macaggi é um dos principais espaços de valorização da arte, da memória e da produção intelectual em Roraima. Inaugurado oficialmente em 18 de agosto de 1993, durante o governo de Ottomar de Souza Pinto, o edifício nasceu com vocação para ser o centro irradiador da vida cultural do estado. Desde então, consolidou-se como espaço de acesso democrático à arte, com programações regulares voltadas à comunidade escolar, artistas regionais, turistas e visitantes interessados na cultura amazônica.
A partir de 2013, passou a sediar a Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima (Secult), fortalecendo seu papel como instituição pública de fomento à cultura. Em 2023, o Conselho Estadual de Cultura reconheceu oficialmente sua importância simbólica e funcional, incorporando-o ao patrimônio cultural estadual. Entre 2024 e 2025, o prédio passa por um amplo processo de modernização, que prevê adequações de acessibilidade, melhorias na climatização e ampliação dos espaços expositivos — com parte de suas atividades temporariamente realocadas para o Teatro Jaber Xaud.
Arquitetura e Ambientes Internos
Projetado pela arquiteta Otília Pinto Latgê, o edifício de traços sóbrios e modernos ocupa um terreno de aproximadamente 2.796 m², com três pavimentos organizados ao redor de um átrio central envidraçado, que permite abundante iluminação natural. O projeto dialoga com os princípios do urbanismo cívico de Darcy Aleixo Derenusson, autor do plano em leque do Centro Cívico, criando unidade visual e simbólica com edifícios como o Palácio Senador Hélio Campos e a Assembleia Legislativa.
A fachada principal é protegida por brises metálicos, enquanto painéis de cobogós ajudam a filtrar o sol intenso da região equatorial. Os espaços internos se distribuem em diversas áreas funcionais, entre elas:
Auditório climatizado com 500 lugares, ideal para apresentações musicais, seminários, lançamentos de livros e eventos cívicos.
Biblioteca Pública Estadual, com acervo infantojuvenil, adulto e científico, além de videoteca e espaço de leitura.
Galeria de Arte Luiz Canará, no térreo, dedicada a exposições de artistas regionais e nacionais.
Sala de Áudio e Vídeo, integrando a Cinemateca da Secult com programação mensal de curtas e filmes temáticos.
Área externa com coreto e jardins, espaço aberto para saraus, recitais, feiras literárias e ações de extensão cultural.
Um Espaço para Todos
O Palácio da Cultura se destaca por ser um espaço plural, onde a arte visual, a literatura, o cinema, a música e a memória coletiva de Roraima convivem em harmonia. Mais do que um prédio governamental, é um local de acolhimento, de vivência artística e de diálogo entre gerações. Sua localização estratégica, no coração do Centro Cívico de Boa Vista, o torna parada obrigatória para quem deseja compreender a identidade cultural da capital roraimense.
Informações úteis para o visitante
Endereço: Praça do Centro Cívico Joaquim Nabuco, s/n.º – Boa Vista/RR (acesso técnico também pela Rua Major Levy, 506)
Instagram institucional: @secult_rr
Inclua no seu roteiro cultural!
A visita ao Palácio da Cultura Nenê Macaggi pode ser enriquecida com uma caminhada pela Praça do Centro Cívico, incluindo o Palácio Senador Hélio Campos, a Catedral Cristo Redentor e outros marcos históricos. Um mergulho completo na cultura, arquitetura e história do estado mais ao norte do Brasil.
Legenda da foto: Registro da presença da escritora Nenê Macaggi durante a inauguração do Palácio da Cultura em 1993, e em 2003, com o falecimento da escritora, o Palácio recebeu o seu nome, em sua homenagem. Crédito/foto: acervo da Secretaria de Cultura e acervo do Palácio da Cultura, e portais de notícias.
Homenagem à Escritora Nenê Macaggi
O nome do palácio é uma homenagem à escritora, cronista e indigenista Maria Macaggi, conhecida como Nenê Macaggi (1913–2003). Nascida no Paraná, ela escolheu Roraima como lar a partir da década de 1940 e se destacou por registrar, com sensibilidade e profundidade, o cotidiano amazônico, os dilemas do garimpo e a luta dos povos indígenas. Sua obra mais conhecida, A Mulher do Garimpo (década de 1970), é considerada um marco inaugural da literatura roraimense contemporânea.
Curiosidade Histórica
A relevância cultural de Nenê Macaggi em Roraima era tamanha que, ainda em vida, foi proposta a homenagem que daria seu nome ao Palácio da Cultura. No entanto, à época, a iniciativa foi interrompida por uma ação judicial movida por um deputado estadual, com base na legislação que proíbe a nomeação de bens públicos com nomes de pessoas vivas. Diante disso, a proposta foi arquivada.
Após seu falecimento, em 4 de março de 2003, o Conselho Estadual de Cultura propôs a renomeação oficial do edifício como Palácio da Cultura Nenê Macaggi — medida que foi prontamente acatada pelo então governador Francisco Flamarion Portela. A escritora passou a ser reconhecida, assim, como uma das principais vozes literárias do extremo norte do país, e símbolo do engajamento cultural em Roraima.
José Macaggi, neto da renomada escritora, recorda com carinho e admiração o refinamento da linguagem cultivada por sua avó. “Ela possuía um vocabulário extremamente rico e sofisticado. Mesmo nos últimos dias de vida, mantinha uma impressionante fluência no português, tanto na fala quanto na escrita. Faleceu aos 96 anos, prestes a completar 97, e ainda escrevia com clareza poucas semanas antes de partir”, relata José com emoção. A seguir, confira a entrevista completa.
Durante as reformas, parte dessas atividades é transferida para espaços alternativos como o Teatro Jaber Xaud. Recomenda-se sempre consultar a programação atualizada no perfil da Secult no Instagram: @secult_rr
Legenda da foto: Com as reformas, o Palácio da Cultura voltará a abrigar o acervo da maior biblioteca do estado — Foto: Secom-RR