O Monumento do Veleiro, localizado na Praça Capitão Fábio Barreto Leite, é reconhecido como o primeiro monumento erguido em Boa Vista para homenagear a chegada dos primeiros migrantes nordestinos, celebrando sua contribuição para a formação cultural, social e econômica da cidade. Inaugurado em 9 de julho de 1975, em comemoração aos 85 anos da fundação e instalação de Boa Vista, o monumento representa uma embarcação a vela feita em concreto, com velas que chegam a mais de dois metros e meio de altura, simbolizando a importância do transporte fluvial na colonização da Amazônia.

O Marco Zero e a Controvérsia Histórica

Embora o Veleiro seja amplamente reconhecido como o "Marco Zero" de Boa Vista, muitos historiadores e pesquisadores defendem uma visão mais abrangente sobre o local que representa o verdadeiro "berço histórico" da cidade. Segundo esses relatos, o marco inicial de Boa Vista está relacionado ao complexo edificado que remonta à antiga Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, estabelecida no início do século XVIII, muito antes da criação oficial da Fazenda Boa Vista, em 1830.

Esse complexo histórico se desenvolveu ao longo da atual Rua Floriano Peixoto, incluindo importantes elementos como o Porto de Cimento, um ponto estratégico de transporte e comércio às margens do Rio Branco, e a antiga Igreja Nossa Senhora do Carmo, uma capela de madeira terracota que já existia na região em 1725, segundo registros dos primeiros colonizadores. Esses elementos representam o núcleo primitivo do povoado que daria origem à cidade de Boa Vista, consolidando-se como o verdadeiro espaço inicial da ocupação humana na região.

O Monumento do Veleiro e a Praça Capitão Fábio Barreto Leite

Construída em 1974, no governo de Hélio da Costa Campos, a Praça Capitão Fábio Barreto Leite foi projetada como um espaço cívico para homenagens e celebrações, consolidando-se como um importante ponto de referência na memória da cidade. Localizada entre o Hospital Lott Íris e o Monumento aos Pioneiros, e diante da Orla Taumanan, a praça abriga o Monumento do Veleiro como uma homenagem à resiliência e coragem dos migrantes que ajudaram a construir Boa Vista.

Além disso, o Monumento aos Pioneiros, inaugurado em 18 de agosto de 1995, complementa esse cenário. Esculpido pelo artista plástico roraimense Luiz Canará (Luiz Carlos da Silva Mota), o monumento homenageia as famílias que desbravaram a região e fundaram a base da sociedade roraimense, representando figuras emblemáticas que simbolizam os esforços coletivos que moldaram a cidade.

Significado Cultural e Identidade

O Monumento do Veleiro tornou-se um símbolo cultural e histórico para os moradores de Boa Vista. Mesmo sendo considerado o Marco Zero por muitos, é importante reconhecer a pluralidade de narrativas sobre o início da cidade, levando em conta tanto o monumento quanto os elementos históricos do povoado original ao longo da Rua Floriano Peixoto. Essa dualidade reforça a riqueza e a profundidade da história local, conectando o presente aos primeiros passos da ocupação do território.

Por fim, tanto o Veleiro quanto o antigo complexo da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo ilustram capítulos essenciais da história de Boa Vista, permitindo que moradores e visitantes compreendam o desenvolvimento da cidade desde seus primórdios, reconhecendo a herança deixada pelas primeiras famílias e o legado das comunidades que ajudaram a moldar a identidade roraimense.

PROJETO DE EXTENSÃO No. 039 – 3 – 52 ⁄2024: 

Boa Vista 4.0 - Smart Turismo Sem Fronteiras

CURSO DE TURISMO - MULTIAMAZON

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA - UERR  

PROEC

Equipe do Projeto: 

Prof. Ismar Borges de Lima 

(Idealizador e Coordenador-Geral, 

email: ismarborgeslima@gmail.com )

Profa. Rosijane Evangelista (Vice-Coordenação)

Pesquisadores participantes: 

Shirley Jone Cabral de Brito

Andreza da Silva Farias

João Arthur Freitas de Souza.