Centro Cívico
O Processo de Urbanização e Modernização de Boa Vista: Edificações de Diferentes Décadas
Visitando e Conhecendo a História & Arquitetura
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Centro Cívico
O Processo de Urbanização e Modernização de Boa Vista: Edificações de Diferentes Décadas
Visitando e Conhecendo a História & Arquitetura
Atrativos – Centro Cívico de Boa Vista:
• Praça do Coreto (1963)
• Escola Estadual Lobo D’Almada (1945)
• Monumento ao Garimpeiro (1969)
• Palácio Senador Hélio Campos – (1968)
• Catedral Cristo Redentor – (1972)
• Palácio da Cultura Nenê Macaggi – (1993)
• Quinteto arquitetônico (nome atribuído neste guia pelo autor aos
cinco edifícios alinhados no entorno do Centro Cívico): Palácio da
Cultura Nenê Macaggi (1993) / Assembleia Legislativa de Roraima /
Tribunal de Justiça / Prédio do Banco da Amazônia - Basa / Prédio dos
Correios–(1991/2010).
Introdução: O Coração Planejado da Capital Amazônica
Boa Vista, capital de Roraima, destaca-se no cenário urbano brasileiro por ser uma das poucas cidades planejadas desde suas origens com base em ideais modernistas. Em contraste com o crescimento orgânico que caracteriza a maior parte das capitais brasileiras, Boa Vista foi desenhada com racionalidade, buscando imprimir ordem ao espaço urbano e estabelecer uma nova narrativa territorial na Amazônia. No centro desse projeto urbano singular, localiza-se o Centro Cívico Joaquim Nabuco, um espaço emblemático que reúne a sede dos três poderes, monumentos cívicos, edifícios públicos e expressões simbólicas da identidade roraimense.
Mais do que um agrupamento de instituições administrativas, o Centro Cívico representa o núcleo de significados que entrelaçam política, história, arquitetura e cultura na paisagem urbana de Boa Vista. O conjunto é resultado de uma decisão estratégica tomada entre as décadas de 1940 e 1960, quando o então Território Federal do Rio Branco buscava consolidar sua presença no cenário nacional. A criação de uma capital planejada, organizada em torno de um ponto central e irradiada por avenidas largas em forma de leque, foi concebida como metáfora de um novo começo: um território moderno, eficiente e plenamente integrado à federação brasileira.
A figura central nesse processo foi o engenheiro-arquiteto Darcy Aleixo Derenusson, responsável pela elaboração do traçado urbano radial e pela proposta do Centro Cívico como eixo cívico-administrativo. Seu projeto inspirou-se no urbanismo modernista de Brasília, mas adaptou-se ao contexto amazônico, incorporando elementos como pilotis, brises-soleil, ventilação cruzada e uso estratégico de vegetação. O traçado em leque não apenas organiza funcionalmente os bairros centrais da capital, como também estabelece um eixo de monumentalidade que valoriza o papel simbólico do Estado na conformação do espaço urbano.
A escolha do nome Centro Cívico Joaquim Nabuco carrega consigo um compromisso com os princípios republicanos. Joaquim Nabuco, abolicionista, diplomata e pensador político, simboliza a luta por cidadania plena e justiça social no Brasil. Nomear o coração institucional da capital com essa referência reforça a intenção de vincular a urbanização de Roraima a ideais de democracia, equidade e responsabilidade pública — elementos fundamentais para a construção de uma identidade coletiva em um território jovem e em formação.
Entre História, Arquitetura e Função Social
O Centro Cívico, ao longo das décadas, consolidou-se como um espaço multifuncional, onde as decisões políticas e jurídicas são tomadas, mas também onde se realizam manifestações culturais, eventos cívicos, encontros religiosos e celebrações públicas. A presença integrada dos três poderes — o Palácio Senador Hélio Campos (Executivo), a Assembleia Legislativa (Legislativo) e o Tribunal de Justiça (Judiciário) — não se dá de forma aleatória, mas sim como parte de um desenho urbano que busca expressar equilíbrio, transparência institucional e participação social.
Além dos edifícios de governo, o Centro Cívico abriga a Catedral Cristo Redentor, principal templo católico da capital, projetada com formas modernistas que evocam uma maloca indígena ou uma barca em movimento. Outros elementos icônicos, como o Palácio da Cultura Nenê Macaggi, o edifício dos Correios, o Monumento ao Garimpeiro, o coreto e os espelhos d’água, ampliam a dimensão simbólica do espaço, tornando-o um verdadeiro museu a céu aberto da história política, econômica e religiosa de Roraima.
Esse conjunto urbano é reconhecido atualmente como um patrimônio cultural de grande valor, mesmo em uma cidade com menos de dois séculos de existência. Sua importância transcende o contexto local, pois ele também é testemunho das políticas federais de ocupação e integração da Amazônia no século XX. Através da materialidade da arquitetura, da disposição planejada das praças e da monumentalidade dos edifícios, o Centro Cívico narra o esforço contínuo de transformar Roraima de um território periférico em um estado protagonista de sua própria história.
Um Espaço em Constante Transformação
Apesar de manter sua estrutura fundacional, o Centro Cívico não permaneceu estático. Reformas, requalificações e novas formas de uso têm sido incorporadas à medida que Boa Vista cresce e se diversifica. A instalação de iluminação cênica, a realização de feiras culturais, concertos ao ar livre, programações natalinas e cerimônias oficiais de posse transformaram o espaço em um palco multifacetado, onde convivem institucionalidade e cotidiano, solenidade e celebração.
A valorização do espaço como patrimônio vivo também tem impulsionado políticas de educação patrimonial e de turismo urbano. Com a ampliação do acesso digital, ferramentas como QR Codes, mapas interativos, visitas mediadas e guias online permitem que moradores, turistas e estudantes explorem o Centro Cívico não apenas como local de passagem, mas como parte ativa da memória da cidade. É nesse sentido que projetos como o Guia Digital Boa Vista 4.0 – Smart Turismo Sem Fronteiras têm buscado ampliar o olhar sobre a cidade, promovendo conexões entre passado e presente, arquitetura e cidadania.
Memória, Identidade e Futuro
Preservar e valorizar o Centro Cívico Joaquim Nabuco é preservar uma narrativa de progresso, identidade e governança que marcou — e continua a marcar — a trajetória de Boa Vista e de Roraima. Em um território marcado por desafios socioeconômicos e geopolíticos, esse núcleo urbano representa a aposta em um projeto de futuro: ordenado, participativo, aberto ao diálogo e enraizado em valores democráticos.
Cada fachada modernista, cada colunata, cada praça arborizada ou monumento em pedra é também uma página da história escrita na paisagem urbana da capital. Ao visitar o Centro Cívico, o observador atento é convidado a ler esse palimpsesto arquitetônico com os olhos da memória, do pertencimento e do compromisso com o bem comum. Boa Vista se revela, assim, não apenas como uma cidade planejada — mas como uma cidade que pensa e sente o seu território.
Tabela Descritiva com os Principais Atrativos do Centro Cívico: A seguir, o visitante é convidado a conhecer os principais pontos de interesse do Centro Cívico, organizados em um roteiro de fácil acesso e grande valor educativo, histórico e fotográfico. Acesse a Tabela Comparativa/Descritiva
PROJETO DE EXTENSÃO No. 039 – 3 – 52 ⁄2024:
Boa Vista 4.0 - Smart Turismo Sem Fronteiras
CURSO DE TURISMO - MULTIAMAZON
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA - UERR
PROEC
Equipe do Projeto:
Prof. Ismar Borges de Lima
(Idealizador e Coordenador-Geral, email: ismarborgeslima@gmail.com )
Colaboradores
(1a.fase 01.06.2024 - 30.06.2025)
Profa. Rosijane Evangelista
Pesquisadores participantes:
Shirley Jone Cabral de Brito
Andreza da Silva Farias