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Sobre o Quinteto Arquitetônico:
Explorar o chamado “Quinteto Arquitetônico” é adentrar o universo simbólico de Boa Vista a partir de sua paisagem construída. Cada um dos cinco edifícios que compõem esse conjunto não apenas expressa diferentes momentos do desenvolvimento urbano da capital, mas também representa narrativas específicas da história amazônica, da institucionalidade estadual e da cultura roraimense. O nome foi atribuído pelo autor deste guia ao grupo de prédios públicos de caráter cívico e cultural que, com estilos arquitetônicos modernos e distintos, se destacam na paisagem do Centro Cívico de Boa Vista. Mais do que um agrupamento formal, o quinteto forma um elo narrativo que articula economia, arte, poder e memória no coração da cidade planejada.
Os cinco edifícios que integram o Quinteto Arquitetônico são:
o Banco da Amazônia (BASA), que remete à importância das instituições financeiras no fomento regional;
o Palácio da Cultura Nenê Macaggi, antiga sede do governo territorial e atual espaço cultural e sede da Academia Roraimense de Letras;
o Prédio Central dos Correios, referência das comunicações e da integração nacional;
a Assembleia Legislativa de Roraima, centro do debate político e das decisões legislativas;
e o Tribunal de Justiça, símbolo da institucionalização da Justiça no Estado.
Essas edificações, com traços modernistas adaptados ao contexto amazônico, dialogam entre si e com os demais elementos do Centro Cívico, compondo um conjunto arquitetônico coeso e expressivo. Os pilotis, volumes horizontais, brises-soleil e o uso racional do concreto revelam uma leitura arquitetônica funcionalista e tropical, concebida para responder às especificidades climáticas e sociais da região.
No entanto, a experiência do visitante vai além dos cinco edifícios. O entorno do Centro Cívico reúne uma série de atrativos que enriquecem a imersão histórica, cultural e simbólica da capital. Destaca-se o imponente Monumento ao Garimpeiro, escultura de sete metros sobre um espelho d’água, que homenageia os trabalhadores da mineração, atividade essencial na formação do território. A poucos passos, ergue-se a Catedral Cristo Redentor, ponto de referência espiritual da cidade, cuja arquitetura em curvas e estrutura aberta evoca símbolos amazônicos e religiosos em linguagem modernista.
A sede do governo estadual, o Palácio Senador Hélio Campos, completa a tríade institucional central, com sua fachada neoclássica e história marcada pelas transições políticas de Roraima. À medida que o visitante se afasta do eixo central, outros espaços públicos ampliam a experiência urbana: a Praça das Águas, com seus chafarizes iluminados e programação noturna; a Praça Paracat e o Complexo Ayrton Senna, que acolhem feiras, lazer e atividades esportivas; o Parque Anauá, maior parque urbano da capital, com lagos, teatros e trilhas para caminhada; e, finalmente, a moderna Orla Taumanan e o Parque do Rio Branco, que oferecem ao visitante áreas de contemplação, gastronomia, ciclovias e um dos pontos mais impressionantes da cidade: o Mirante Edileusa Lóz, considerado o mais alto da Amazônia brasileira, com vista panorâmica do rio Branco e da malha urbana de Boa Vista.
Percorrer o entorno cívico da capital é, portanto, muito mais do que visitar prédios públicos: é reconhecer como arquitetura, história, natureza e vida cotidiana se articulam em camadas sucessivas de memória e pertencimento. Boa Vista se revela, nesse conjunto, como uma cidade em que o espaço planejado é também espaço vivido — onde cada praça, cada fachada e cada percurso guarda e compartilha a identidade amazônica de Roraima.
Quinteto Arquitetônico Histórico do Centro Cívico Joaquim Nabuco:
Um percurso histórico entre o poder, a cultura e a identidade amazônica
No coração de Boa Vista, capital de Roraima e única capital brasileira situada acima da linha do Equador, pulsa um espaço que une planejamento urbano, poder público e identidade amazônica: o Centro Cívico Joaquim Nabuco. Criado a partir de um projeto urbanístico inovador na década de 1940, o Centro Cívico é o ponto de convergência das principais avenidas da cidade, organizado em formato de leque – uma marca visual que reflete a intenção geopolítica de consolidar a presença do Estado na fronteira norte.
É nesse cenário que se destaca o chamado "Quinteto Arquitetônico", um conjunto de cinco edifícios simbólicos localizados a menos de 600 metros de distância entre si. São eles: o Banco da Amazônia, o Palácio da Cultura Nenê Macaggi (ver a Seção 5.6 deste Guia discorre em detalhes sobre o Palácio da Cultura), o Edifício-Sede dos Correios, o Palácio Antônio Martins (Assembleia Legislativa de Roraima) e o Tribunal de Justiça de Roraima. Juntos, eles contam a história institucional, arquitetônica e social da cidade, servindo como testemunhas de sua evolução enquanto capital amazônica.
O Quinteto Arquitetônico:
Palácio da Cultura Nenê Macaggi (ver Seção própria dele no Guia)
Prédio do Banco da Amazônia - Basa
Prédio dos Correios
Assembléia Legislativa
Prédio do Tribunal de Justiça
Legenda da foto: Nesta perspectiva, com foto tirada a partir da esquina da Escola Lobo D'Almada, é possível registrar os diferente estilos arquitetônicos modernos na Praça do Centro Cívico. Na ordem: BASA, Palácio da Cultura Nenê Macaggi, Correios, Assembleia Legislativa, e fora da visão nesta tomada, o Tribunal de Justiça de Roraima. Crédito/foto: Ismar Borges de Lima - UERR/MultiAmazon, acervo Projeto Boa Vista 4.0 Smart Turismo, em 05.08.2025.
Palácio da Cultura Nenê Macaggi
Localizado no coração político e administrativo da capital, o Palácio da Cultura Nenê Macaggi é um dos principais espaços de valorização da arte, da memória e da produção intelectual em Roraima. Inaugurado oficialmente em 18 de agosto de 1993, durante o governo de Ottomar de Souza Pinto, o edifício nasceu com vocação para ser o centro irradiador da vida cultural do estado. Desde então, consolidou-se como espaço de acesso democrático à arte, com programações regulares voltadas à comunidade escolar, artistas regionais, turistas e visitantes interessados na cultura amazônica. A partir de 2013, passou a sediar a Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima (Secult), fortalecendo seu papel como instituição pública de fomento à cultura. Em 2023, o Conselho Estadual de Cultura reconheceu oficialmente sua importância simbólica e funcional, incorporando-o ao patrimônio cultural do estado (ver Seção específica detalhada sobre o Palácio da Cultura neste guia).
Banco da Amazônia (BASA) – O Marco Econômico
Inaugurado em 1973, em meio ao ciclo econômico impulsionado pela mineração, o edifício do Banco da Amazônia (BASA) simboliza a chegada do crédito institucional à região. Com projeto atribuído ao arquiteto Severiano Mário Porto — referência na arquitetura amazônica e no uso de soluções bioclimáticas —, a estrutura combina pilotis, brises metálicos e amplas fachadas envidraçadas, transmitindo leveza e transparência. A agência principal do banco continua em operação e está estrategicamente posicionada para receber visitantes que chegam pela Avenida Capitão Ene Garcez.
Dica fotográfica: as linhas modernas do edifício rendem belas imagens ao meio-dia, quando a luz equatorial destaca os volumes sombreados pelos brises.
Edifício-Sede dos Correios – Praça do Centro Cívico - A Ponte com o Brasil
Concluído em 1979, com projeto assinado por Severiano Mário Porto, este edifício modernista de dois pavimentos une funcionalidade e estética regional. A combinação de pilotis, treliças de madeira e amplas abas de concreto cria uma estrutura visualmente leve e adaptada ao clima amazônico. Além de funcionar como agência central, o prédio abriga uma pequena exposição filatélica e oferece vista para a praça a partir de seu mezanino.
Palácio Antônio Martins – A Voz Legislativa de Roraima
Erguido em 1991, ano da instalação oficial da Assembleia Legislativa de Roraima, o Palácio Antônio Martins é um símbolo da transição de território federal para estado da federação. A sede foi ampliada em 2005, ganhando torres de gabinetes e acessibilidade total, com rampas e elevadores. A fachada em ACM azul-cobalto contrasta intencionalmente com o Palácio Hélio Campos, representando o equilíbrio entre os poderes Executivo e Legislativo.
Destaque: é possível agendar visitas guiadas (quartas-feiras às 10h) para conhecer a galeria de ex-deputados e exposições temporárias no saguão. A menção a um possível vitral de Jaider Esbell, artista indígena Makuxi, não foi confirmada oficialmente, mas aponta para o reconhecimento crescente das culturas originárias na arquitetura institucional.
Legenda da foto: Fachada arquitetonicamente vislumbrante da Assembleia Legislativa de Roraima, situada no coração do Centro Cívico Joaquim Nabuco, em Boa Vista – um marco simbólico do poder legislativo e da identidade institucional da capital amazônica.
Tribunal de Justiça de Roraima – Justiça com Memória
Instalado em 1991, o edifício do TJRR possui linhas retas, fachada em concreto aparente e uma marquise que introduz solenemente à Praça Joaquim Nabuco. Internamente, destaca-se o átrio vertical iluminado por claraboias, com acesso ao Plenário do Tribunal Pleno. Desde 2023, abriga o Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário, que expõe uma linha do tempo, documentos históricos, e o famoso Summario Crime de 1895, primeiro processo penal da região.
Legenda da foto: Fachada do Tribunal de Justiça de Roraima, inaugurado em 1991, com marquise e pilares que conduzem à Praça Joaquim Nabuco — sede do Poder Judiciário estadual e, desde 2023, do Centro de Memória e Cultura, onde é preservado o histórico Summario Crime de 1895.